O setor sucroenergético
de Minas Gerais se desenvolveu nos últimos 10 anos preocupado com a preservação
ambiental, o que lhe conferiu um alto grau de sustentabilidade. Várias ações
foram implementadas para que chegasse, hoje, aos 200 mil hectares de área
preservada entre reserva legal, reflorestamento, recomposição de área de
preservação permanente - APP, corredores ecológicos e criação de Reservas
Particulares do Patrimônio Nacional - RPPN.
Toda essa composição
florestal equivale, por exemplo, ao Parque Nacional da Serra da Canastra ou à
soma das áreas ocupadas pelos municípios de Belo Horizonte, Contagem, Nova
Lima, Betim, Santa Luzia, Ribeirão das Neves, Pedro Leopoldo e Confins. A
moagem de cana no estado cresceu 52% nos últimos 10 anos, com aumento da área
preservada, segundo o presidente da SIAMIG, Mário Campos.
O levantamento foi
realizado pela Gaia Consultoria em 20 usinas localizadas no Triângulo Mineiro,
Alto Paranaíba e Noroeste de Minas (abrangendo 34 municípios) e onde a produção
mais cresceu. Nessa região, foram plantadas 3,2 milhões de árvores (uma média
de 400 mil mudas/ano) para reflorestamento, recomposição de áreas de
preservação permanente (APPs) e formação de corredores ecológicos,
correspondendo a uma extensão em torno de 3 mil hectares.
Nestes últimos 10 anos,
foram criadas, também, cinco RPPNs, que correspondem a 27 mil hectares de
nascentes, veredas, rios, córregos e floresta de área protegida. Somados aos
170 mil hectares de reserva legal (correspondente a 20% da área de cana)
chega-se à impressionante área de 200 mil hectares de florestas protegidos.
Além de proteger as
florestas e os diversos mananciais, a grande recomposição florestal realizada
pelo setor sucroenergético no estado, principalmente, no Triângulo Mineiro,
promoveu o aparecimento de pelo menos 25 espécies de animais, grande parte com
risco de extinção. Nas áreas do entorno do canavial, por exemplo, a fauna
vem sendo enriquecida com a ocorrência dos grupos da mastofauna, ornitofauna e
herpetofauna. Essas espécies, dificilmente, eram visualizadas nas áreas de
vegetação nativa próximas aos canaviais ou até mesmo no canavial, passando a
serem facilmente encontradas nos trabalhos de campo, inclusive dentro do pátio
industrial de algumas usinas.
O aumento da
biodiversidade proporcionou uma melhoria dos habitats dos animais, favorecendo
os deslocamentos e criando nichos para abrigo, pousio, reprodução e alimentação
de espécies mais sensíveis às ações antrópicas.
De acordo com Mário Campos, os projetos de constituição de corredores
ecológicos e de reflorestamentos, desenvolvidos pelas usinas de MG,
constituem-se em importantes ações para a conservação da qualidade ambiental,
colaborando para preservação e perpetuação da flora e da fauna nas regiões
canavieiras.
Fonte:
FIEMG