Vistoria aponta mineração excessiva na Serra do Curral
[02/07/2018]
A Empresa
de Mineração Pau Branco - Empabra descumpriu o limite da extração de minério
previsto em autorização inicial para a atividade. Essa é a conclusão de uma
vistoria da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
- Semad, principal órgão de fiscalização do empreendimento, que divulgou
resultado do Relatório Técnico Conjunto 01/2018 depois de uma série de
denúncias e de um pedido do Ministério Público para que a Justiça paralise imediatamente
a extração de minério.
A
atividade ocorre na área da antiga Granja Corumi, no Bairro Taquaril, Leste de
BH, e é possível observar uma grande extensão degradada na base do Pico Belo
Horizonte, ponto mais alto da cidade encravado na Serra do Curral. Segundo a
Semad, embora o empreendedor tenha apresentado para a Prefeitura de BH, que era
responsável pelo licenciamento até 2015, e para o estado o mesmo projeto de
recuperação ambiental da área onde está operando, os volumes de terreno
movimentado foram diferentes. Enquanto o governo estadual sustenta que a
autorização da prefeitura previa retirada de 1,5 tonelada de material para ser
comercializado, no relatório entregue à Semad a mineradora admitiu movimentação
de 5,88 toneladas de minério com possibilidade de comercialização. “Isso mostra
que a Empabra informou ao Estado uma quantidade de minério autorizado para
extração quase quatro vezes maior do que havia informado à PBH”, pontua, em
nota, a Semad.
Segundo
a pasta que cuida da área de meio ambiente em Minas Gerais, também está
comprovado que existe mineração em área diferente do que foi previsto no
projeto, mas não há, até o momento, confirmação oficial de mineração em área
tombada pelas três esferas do patrimônio histórico. A vistoria feita pela Semad
faz parte do processo de licenciamento corretivo da atividade desenvolvida pela
mineradora, que terá 10 dias para apresentar as devidas respostas aos problemas
levantados pelo governo. A partir desse retorno é que a Semad vai definir quais
serão as próximas medidas a serem tomadas no curso do processo administrativo
para licenciar a atividade. “Caso estes questionamentos não sejam esclarecidos
de forma substancial, o empreendedor sofrerá as penalidades em via
administrativa, o que inclui multa e embargo (suspensão imediata das atividades
de lavra), sem prejuízo das obrigações de recuperação da área e das demais
consequências judiciais no processo que o Ministério Público de Minas Gerais
move contra o empreendedor”, informou a Semad.
Fonte: ESTADO
DE MINAS.
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