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Notícias - Julho/2018

 

Inventário Florestal Nacional revela baixa cobertura florestal em Sergipe

[11/07/2018]

Apenas 13% do estado de Sergipe é coberto por florestas, totalizando cerca de 286 mil hectares, distribuídos entre o bioma Caatinga e Mata Atlântica. Essa cobertura ocorre de forma desigual: 56% dos municípios apresentam entre 1% e 10% de cobertura florestal enquanto apenas 10 dos 75 municípios sergipanos abrigam metade de toda a área de floresta do estado.

O levantamento identificou também que 20% das florestas de Sergipe estão nas 23 Unidades de Conservação - UCs existentes no estado. A área protegida total é de 119 mil hectares, o que corresponde a 5% do território do estado, mas pouco menos da metade das UCs – cerca de 57 mil hectares – contém floresta.

Esses dados fazem parte dos resultados do Inventário Florestal Nacional - IFN, realizado pelo Serviço Florestal Brasileiro - SFB, órgão do Ministério do Meio Ambiente, com o objetivo de avaliar a quantidade e qualidade dos recursos florestais no país.

Em Sergipe, o IFN foi realizado em parceria com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos - Semarh e o Fundo Estadual de Recursos Hídricos - Funerh, que investiu R$ 1,6 milhão para a coleta de dados em campo. Coube ao Serviço Florestal a coordenação do trabalho em campo, a compilação e análise dos dados, e a publicação dos resultados, com recursos do Projeto GEF/FAO de apoio ao IFN.

Para a análise, foram medidas 4.220 árvores e palmeiras, coletadas 1.465 amostras botânicas (folhas, flores e frutos), além de amostras de solo, informações sobre a saúde das árvores, entre outros dados biofísicos, em 177 pontos do estado. Também foram realizadas entrevistas com moradores das áreas vizinhas aos pontos de coleta de dados.

O Diretor de Pesquisa e Informações Florestais do Serviço Florestal, Joberto Freitas, destaca que a conservação e preservação da biodiversidade são fundamentais à qualidade de vida das pessoas e que os recursos florestais são estratégicos para a economia. “O IFN contribui com o conhecimento da diversidade biológica do país, por meio da identificação das espécies de árvores e arbustos e sua distribuição sobre o território”, explica.

Apesar da baixa cobertura florestal, o IFN-SE identificou 530 espécies de árvores, palmeiras, cactos, lianas e ervas, sendo 57 delas registradas pela primeira vez no estado. Em relação à sanidade das árvores, somente 36% foram consideradas sadias.

O estudo também identificou evidências de atividades humanas, o chamado antropismo, em 70% dos locais amostrados, sendo a presença de animais domésticos de grande porte o mais comum (68%), seguido de sinais de incêndios (18%). Sinais de erosão foram observados em 35% dos pontos inventariados no estado.

Áreas de mananciais e de desertificação

O levantamento nas áreas de mananciais e de desertificação foi ampliado para gerar informações mais detalhadas sobre a qualidade das florestas nestas áreas estratégicas. “Durante a realização do IFN-SE, foram enfatizadas as áreas de mananciais que servem para abastecimento humano, e também a região do Alto Sertão, com o intuito de conhecer o grau de degradação e antever ações de combate à desertificação”, explica o secretário do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos de Sergipe, Olivier Chagas.

Tanto as áreas de desertificação como as de mananciais também apresentaram pouca cobertura florestal (18% e 11% da área total, respectivamente), o que aponta para a necessidade de políticas de ordenamento territorial e de recuperação florestal em todo o estado.

Em relação à sanidade das árvores, as áreas de mananciais e de desertificação apresentaram um resultado melhor do que o estado. Enquanto 36% das árvores foram consideradas sadias no resultado geral do estado, nas áreas de mananciais esse índice foi de 47% e no Alto Sertão, de 55%.

“Essas informações se revestem de grande importância, pois servirão para subsidiar a tomada de decisões e a adoção de políticas públicas que visam garantir o uso sustentável dos recursos naturais, além de servir como fonte de informação para gestores do setor público, privado e da sociedade civil como um todo”, avalia o Secretário do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos de Sergipe, Olivier Chagas.

Estoques das Florestas

No IFN são levantados dados para a quantificação dos recursos estocados nas florestas, em especial, o volume de madeira e os estoques de biomassa e carbono. O volume de madeira, geralmente obtido a partir do diâmetro e altura das árvores, é um dado importante para as políticas de manejo florestal sustentável.

Estima-se que nas áreas de floresta de Sergipe o estoque total de madeira é de cerca de 10 milhões de m³ (35 m³/ha). Quando separado por bioma, o volume de madeira estocado na área da Caatinga é de cerca de 3,8 milhões de m³ (26 m³/ha) e na região de Mata Atlântica, 6,2 milhões de m³ (44 m³/ha).

Já em relação aos estoques de carbono, a estimativa é que Sergipe possua aproximadamente 7,7 milhões de toneladas de carbono armazenadas acima e abaixo do solo e na madeira caída no solo em suas florestas naturais.

Levantamento socioambiental

O Inventário Florestal Nacional também busca identificar a relação da sociedade com a floresta. Para isso, são realizadas entrevistas com moradores das proximidades das áreas pesquisadas. Em Sergipe, foram entrevistadas 649 pessoas, sendo 67% mulheres e 37% homens.

Do total de entrevistados, 65% afirmaram fazer algum uso de produtos florestais madeireiros. Destes, 100% afirmaram fazer uso doméstico da madeira, enquanto apenas 5% declararam fazer também uso comercial. Lenha, postes e carvão são os principais produtos madeireiros utilizados. Entre os produtos não madeireiros, as folhas, os frutos e as cascas são os mais usados.

Cerca de 43% dos entrevistados utilizam produtos florestais para complementar sua renda. Dentre estas pessoas, 57% afirmaram que a participação dos produtos florestais na renda é superior a 50%, e o restante (43%) que a contribuição varia entre 10 a 50% da renda.

As espécies florestais mais utilizadas pelos entrevistados na região da Caatinga são a catingueira, a jurema e a aroeira. Já na Mata Atlântica, as espécies mais usadas pelos entrevistados são a jurema, o cajueiro e o barbatimão. Nesta região, a mangaba aparece também entre as espécies de maior importância socioambiental para os entrevistados.

O estado de Sergipe é atualmente o segundo maior produtor brasileiro de mangaba. Em 2016, a produção no estado foi de cerca de 190 toneladas. Os municípios mais produtivos são Pirambu, Itaporanga d’ Ajuda, Estância e Andiaroba, responsáveis por cerca de 80% da produção total do estado.

Fonte: Serviço Florestal Brasileiro.