Uma visita técnica na Serra do Curral verificou,
nesta quarta-feira (2), se a Empresa de Mineração Pau Branco - Empabra estaria
minerando ilegalmente uma área de 66 hectares no cartão postal tombado de Belo
Horizonte. A hipótese de comitês e organizações de defesa do meio ambiente, que
organizaram a ida ao espaço junto com representantes da Câmara Municipal, é que
a companhia licenciada para fazer a recuperação do local estaria aproveitando a
permissão para exercer atividade mineradora sem permissão do poder público.
A denúncia foi feita por Arthur Nicolato, de 32
anos, médico e morador do Taquaril. Ele conta que, por morar próximo ao local
de atuação da mineradora, percebeu impactos na paisagem decorrentes de uma
atividade econômica. “Filmei com um drone e vi que, de cima, a Serra
apresentava um perfil de que ali estava ocorrendo mineração. Só que a Empabra
está lá desde 2008 e, até agora, o espaço segue degradado”, afirma.
Arthur diz que protocolou a primeira denúncia no
Ministério Público de Minas Gerais - MPMG em 2014. Em novembro do ano passado,
o Instituto Estadual de Florestas - IEF reforçou os pedidos do morador e
elaborou um laudo apontando os possíveis aspectos irregulares da atividade da
mineradora e impactos no meio ambiente, em especial no Parque do Baleia, área
que teria sido afetada irregularmente pela empresa.
A área em que a Empabra atua, na capital, faz divisa
com o Parque do Baleia e com o município de Nova Lima. A recuperação já teria
atravessado o limite para a cidade vizinha e estaria invadindo irregularmente
também o espaço da unidade de conservação.
“Nós pedimos que os órgãos públicos acompanhem mais
de perto a ação da Empabra para fiscalizar e verificar se houve prejuízo às
áreas verdes. Um possível desdobramento seria o embargo das atividades da
empresa, uma sanção administrativa, com paralisação e multa. Em seguida, iria
para o aspecto penal, em que ela deve responder se houve crime ambiental, e,
caso isso seja constatado, ela teria que reparar os danos”, diz o analista ambiental
do IEF Carlos Silveira, ex-diretor do Parque do Baleia, que assina o laudo
elaborado pelo órgão.
O representante da Empabra Fernando Cláudio esteve
na visita técnica e, ao ser questionado pela reportagem sobre a ação da
mineradora, afirmou que a empresa só se posicionaria posteriormente.
Fonte:
HOJE EM DIA.