O Ministério do Meio Ambiente - MMA realiza, entre os
dias 6 e 8 de novembro, em Brasília/DF, em parceria com o IPÊ - Instituto de
Pesquisas Ecológicas, a Oficina Final de Definição de Áreas e Ações
Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade da Mata Atlântica. Os
resultados vão subsidiar a 2ª Atualização das Áreas Prioritárias para a
Conservação da Biodiversidade Brasileira, processo coordenado pelo Departamento
de Conservação de Ecossistemas do MMA.
As Áreas Prioritárias para a Conservação, Utilização
Sustentável e Repartição dos Benefícios da Biodiversidade são um instrumento de
política pública para apoiar a tomada de decisão, de forma objetiva e participativa,
no planejamento e implementação de ações como criação de unidades de
conservação, licenciamento, fiscalização e fomento ao uso sustentável.
A atualização para o bioma Mata Atlântica teve início
no ano passado e envolve cinco etapas consultivas: Avaliação dos resultados do
primeiro processo de atualização de 2007; Oficina de Alvos e Metas de
Conservação; Oficina de Custos; Oficina de Oportunidades; e Oficina de Seleção
de Áreas e Ações Prioritárias. A previsão é de que esteja pronta em dezembro.
A oficina final é o momento de analisar as áreas
prioritárias, ajustá-las quando necessário, e indicar as ações prioritárias que
devem orientar as melhores práticas em consonância com a conservação da
biodiversidade. Para tanto, participam especialistas, representantes do governo
e da sociedade civil e lideranças comunitárias.
RECOMENDAÇÕES
De acordo com o analista ambiental Mateus Motter Dala
Senta, do Ministério do Meio Ambiente, a última oficina de trabalho é de
fundamental importância para apresentar e validar as áreas prioritárias, além
de identificar as principais recomendações de ações de conservação para cada
uma dessas áreas.
“Esperamos que os resultados deste processo possam ser
utilizados como uma ferramenta que contribua para um sistema de planejamento
mais eficaz, no qual investimentos e esforços, tanto do governo quanto da
iniciativa privada, sejam aplicados para subsidiar uma estratégia espacial que
promova ações integradas de conservação e uso sustentável da biodiversidade da
Mata Atlântica”, afirma Mateus.
Desenvolvida no âmbito do Projeto Biodiversidade e
Mudanças Climáticas na Mata Atlântica, a ação é coordenada pelo MMA no contexto
da Cooperação para o Desenvolvimento Sustentável Brasil-Alemanha, parte da
Iniciativa Internacional de Proteção do Clima - IKI do Ministério Federal do
Meio Ambiente, Proteção da Natureza e Segurança Nuclear - BMU da Alemanha.
Conta com o apoio técnico da Deutsche Gesellscha fürInternaonale Zusammenarbeit
- GIZ GmbH e apoio financeiro do Banco de Fomento Alemão - KfW, por intermédio
do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade - Funbio.
METODOLOGIA
Baseada na metodologia de Planejamento Sistemático
para a Conservação - PSC, a atualização das Áreas e Ações Prioritárias, em
função da disponibilidade de novos dados, informações e instrumentos está em
consonância com as estratégias recomendadas pela Convenção sobre Diversidade
Biológica - CDB, pelo Plano de Ação para Implementação da Política Nacional de
Biodiversidade (PAN-Bio), aprovado na 9ª Reunião Extraordinária (Deliberação
CONABIO nº 40 de 07/02/06) e pelo Plano Nacional de Áreas Protegidas (PNAP),
instituído pelo Decreto nº 5758 de 13/04/2006.
O PSC procura realizar a identificação e seleção de um
conjunto de áreas prioritárias para a conservação de diferentes aspectos da
biodiversidade ou alvos de conservação (espécies, habitats, paisagens,
processos ecológicos). O objetivo é estabelecer um sistema de áreas que
contribua para atingir metas de conservação quantitativas e que se adequem à
realidade socioeconômica da região.
A abordagem seleciona áreas prioritárias levando em
conta os critérios ambientais e as variáveis antrópicas que influenciam na
conservação da biodiversidade, por meio do uso de sistemas de suporte à
decisão. Os resultados irão compor as propostas de áreas prioritárias para
conservação (além das áreas que já são protegidas hoje); as ações recomendadas
para as diversas classes de ações de conservação e a sistematização e
disponibilização dos dados reunidos.
BASE LEGAL
As regras para identificação de áreas prioritárias
para a conservação, utilização sustentável e repartição dos benefícios da
biodiversidade, no âmbito das atribuições do Ministério do Meio Ambiente, foram
instituídas pelo Decreto nº 5092 de 2004.
Cabe ainda ao órgão, disponibilizar os meios e os
instrumentos necessários ao processo de atualização das Áreas e Ações
Prioritárias, de forma a garantir a participação da sociedade e o alcance do
resultado, que deve refletir as decisões tomadas nas oficinas participativas,
usando como subsídio as bases de dados compiladas durante o processo.
Fonte: MMA.