Começou nesta terça-feira (6/11),
em Teixeira de Freitas/BA, o “II Encontro Nacional Temático do Sicar: Diálogos
para a implementação dos Programas de Regularização Ambiental – PRA no Brasil”.
O evento acontece no Centro de Desenvolvimento Florestal Sustentável Arboretum
e reúne técnicos de 23 estados e do Distrito Federal, além de representantes de
organizações da sociedade civil e de povos e comunidades tradicionais.
O encontro é organizado pelo
Serviço Florestal Brasileiro, como apoio da agência de cooperação alemã GIZ, e
tem por objetivos discutir as bases para a implantação dos Programas de
Regularização Ambiental; promover o intercâmbio de informações entre os
técnicos; mapear e diagnosticar a implantação dos programas pelos estados e
Distrito Federal; além de avaliar desafios e oportunidades.
O Programa de Regularização
Ambiental foi instituído pelo Código Florestal Brasileiro para que os
proprietários e possuidores rurais com déficit de cobertura florestal em Áreas
de Preservação Permanente - APP, Áreas de Uso Restrito - AUR, e Reserva Legal -
RL, apontados quando do registro no Cadastro Ambiental Rural - CAR, indiquem de
que forma pretendem recuperar seus passivos.
Segurança Jurídica
Presente no evento, o
promotor do Ministério Público da Bahia, Fabio Correa, defendeu que,
consolidada a fase de cadastramento dos imóveis, é preciso definir os caminhos
para a implantação dos Programas de Regularização Ambiental.
“Precisamos de segurança
jurídica, mostrar a todos de que forma a adequação ambiental dos imóveis rurais
deve ser feita. E isso é bom para todos. Bom para o Ministério Público, bom
para o produtor e bom para os órgãos ambientais”, afirmou.
Pacto Federativo
Conforme ressaltou o
diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, Raimundo Deusdará Filho, o PRA,
assim como ocorreu com o CAR, é construído com o protagonismo dos órgãos
responsáveis por essa agenda nos estados considerando as necessidades de todas
as partes envolvidas. “Trata-se de um instrumento revolucionário que precisa
ser discutido e aperfeiçoado em parceria com estados, povos e comunidades
tradicionais, ONG, entidades de classe e setores da Justiça. Daí a importância
de um evento como o que estamos conduzindo agora”, afirmou Deusdará.
O coordenador-geral da
Secretaria do Clima e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Gabriel Lui,
também destacou a importância dos entes federativos na implementação das
políticas públicas relacionadas ao cumprimento do Código Florestal Brasileiro.
“O CAR é talvez um dos
melhores exemplos de consolidação do pacto federativo. É a relação entre o
governo federal e estados sendo bem azeitada para a entrega de uma política
pública”, avaliou.
Do CAR ao PRA
O Cadastro Ambiental Rural
possui 5,4 milhões de imóveis rurais cadastrados, uma área de mais de 460
milhões de hectares, sendo que 58% dos proprietários ou possuidores rurais já
manifestaram, no próprio Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (SiCAR),
a intensão de aderir ao Programa de Regularização Ambiental.
Com a adesão ao PRA e
estabelecido o plano de recuperação, o proprietário ou possuidor rural fica
isento de sanções enquanto o compromisso firmado estiver sendo cumprido,
sendo-lhe dado o prazo de até 20 anos para a conclusão da regularização.
Fonte: SERVIÇO FLORESTAL BRASILEIRO.