Nova pagina 1
     HOME
     Escritório
     Áreas de Atuação
     Notícias
     Econews
     LINKS

     CONTATOS
 
 
Cadastre seu e

Cadastre-se para receber nosso informativo.
 

Nome

E-mail

        

26/4/2024 19:05:49

 
 

Notícias - Novembro/2018

 

Unidades de conservação do Quadrilátero Ferrífero devem ser integradas

[13/11/2018]

Conhecido pela pressão minerária, devido à grande riqueza, representada sobretudo por jazidas de minério de ferro, o Quadrilátero Ferrífero deverá formar um mosaico de unidades de conservação que pode garantir a integridade de sua vida selvagem, dos biomas e da água que abastece a região mais populosa de Minas Gerais. O lançamento desse plano ocorre amanhã, na sede do Ibama, em Belo Horizonte, com a presença de representantes do órgão federal, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - Semad, de prefeituras e de administrações de unidades de conservação. Serão mais de 30 unidades de conservação envolvidas nesse mosaico, entre parques, matas e reservas federais, estaduais, municipais e também particulares. Uma ação que permitirá ações integradas e uma grande cobertura para essa área, que sofre muitos impactos e depende de seus recursos naturais e humanos.

Um mosaico é um conjunto de áreas protegidas, justapostas ou sobrepostas, onde há ações conjuntas que devem ser fortalecidas e complementadas. O que se pretende estabelecer no Quadrilátero Ferrífero é o último a integrar a primeira fase de formação dessas junções de unidades de conservação, para abranger a área de 3,7 milhões de hectares, compreendida entre Ouro Branco (Região Central) e Diamantina (Vale do Rio Jequitinhonha), reconhecida em 2005 pela Unesco como Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço. Os mosaicos do Alto Jequitinhonha à Serra do Cabral (Norte de Minas ao Jequitinhonha) e da Serra do Cipó (Região Central) já haviam sido formados anteriormente, restando, agora, o reconhecimento do Quadrilátero Ferrífero para recobrir completamente a área de Reserva da Biosfera.

De acordo com o professor do departamento de biologia da PUC-Minas Miguel Ângelo Andrade, coordenador do Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço, pela grande abrangência da área e identidade regional das unidades, a formação dos mosaicos permite processos de mobilização, dando sentido à cooperação para o desenvolvimento de bases conservacionais. “Cada região tem a sua identidade e seus atributos, como as bacias hidrográficas, os aspectos biogeográficos e de governança. Regionalizar essa diversidade é muito importante”, considera o professor.

Como benefícios diretos, Miguel Ângelo aponta a possibilidade de a região assumir sua vocação para a conservação, uma forma mais estreita e coordenada de cooperação entre as unidades e a institucionalização de um instrumento de governança comum. “Essa gestão conjunta, em um conselho, permite o apoio e o planejamento da prevenção e combate a incêndios florestais. Permite, também a identificação e a implementação de corredores ecológicos que possibilita a ligação de uma área natural a outra, dentro do mosaico de áreas protegidas, permitindo mobilidade entre as espécies. Por exemplo: Uma onça que sai da área natural que habita e encontra uma zona urbana não consegue mais sair. Pelo corredor natural, ela pode encontrar outras populações e aumentar a viabilidade genética da espécie. Um dos fatores que atualmente mais levam à extinção é a fragmentação dos hábitats”, observa o coordenador do comitê estadual.

OURO LÍQUIDO Outra vantagem dessas áreas naturais preservadas, especialmente notável na região do Quadrilátero Ferrífero, é a capacidade de armazenar água e amenizar o clima dos centros populacionais do entorno. “Há ganhos de provisão de recursos hídricos essenciais ao abastecimento e ao fornecimento de água de qualidade, bem como impactos que amenizam o clima. Sem esquecer que são espaços de educação ambiental e para a contemplação do meio ambiente para as populações”, observa o professor Miguel Andrade.

A próxima fase de reconhecimento do Quadrilátero Ferrífero como Reserva da Biosfera ainda está sob análise técnica da Unesco. Segundo Andrade, o próximo trecho contemplado seguiria pelo Norte de Minas e vale do Jequitinhonha, a partir de Diamantina, até a porção baiana da formação rochosa. “O geossistema do Quadrilátero Ferrífero se destaca por contar com muitas espécies endêmicas e ameaçadas de extinção, uma área prioritária para a conservação da biodiversidade de Minas Gerais”, disse.

Fonte: Estado de Minas.