O Sistema Estadual
de Meio Ambiente e Recursos Hídricos - SISEMA segue avançando na avaliação e no
acompanhamento dos Planos de Manejo de Rejeitos nas áreas afetadas pelo
rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana, em 11/2015. Esses planos são
divididos em 17 trechos nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, sendo que
para Minas já foi aprovada a implementação de ações para os trechos 1 a 11, que
são acompanhados pela Câmara Técnica de Gestão de Rejeitos e Segurança
Ambiental - CT-GRSA e pelo SISEMA.
O Plano de Manejo
de Rejeitos é um dos 42 programas de recuperação do meio ambiente degradado
pelo rompimento da barragem no âmbito do Comitê Interfederativo - CIF, que é a
estrutura governamental criada para monitorar e fiscalizar as ações
desenvolvidas pela Fundação Renova para recuperação, mitigação, remediação e reparação
do meio ambiente, incluindo pagamento de indenizações aos atingidos pelos
impactos socioambientais e socioeconômicos causados.
O CIF é composto
de câmaras temáticas para avaliação das ações ligadas à reconstrução do meio
ambiente. No caso dos rejeitos, a aprovação da implementação e monitoramento
das ações é responsabilidade da CT-GRSA. O conjunto dos programas de
recuperação da Bacia do Rio Doce foi definido com base no Termo de Transação e
Ajustamento de Conduta - TTAC celebrado entre a Samarco, Vale e BHP Billiton,
responsáveis pela barragem rompida, e os governos Federal, de Minas Gerais e do
Espírito Santo.
O Plano de Manejo
de Rejeitos possui cinco etapas de execução. Primeiro, vem a caracterização
ambiental da área afetada e dos depósitos de rejeito, seguida pela tomada de
decisão e seleção de alternativas de manejo. Depois, é a vez da avaliação
governamental da proposta e comunicação aos proprietários, com a implementação
das ações pela Fundação Renova e o posterior monitoramento e reavaliação das
ações, caso necessário
Em 06/2020, a
CT-GRSA analisou as ações de manejo de rejeitos e recuperação ambiental em
implementação para os Trechos 1 a 4 do Plano de Manejo de Rejeitos. Estes
trechos dizem respeito à região compreendida pelo Complexo de Germano, que é
considerado a área diretamente afetada - ADA pelo rompimento de Fundão. O Plano
de Manejo de Rejeitos destes trechos foi aprovado pela primeira vez em outubro
de 2018, mas passou por uma reavaliação no início de julho de 2020, sendo
produzida a Nota Técnica CT-GRSA 16/2020 com a aprovação das últimas
pendências. A partir desta Nota Técnica e consequente deliberação pelo CIF, a
Renova estará obrigada a apresentar, trimestralmente, aos membros da CT-GRSA, o
andamento das ações de recuperação ambiental, em execução no Complexo de
Germano.
A avaliação
realizada pela CT-GRSA foi subsidiada pelas obrigações já impostas à Samarco no
âmbito da Licença de Operação Corretiva - LOC do Complexo de Germano, concedida
pelo Conselho Estadual de Política Ambiental - COPAM em 25/10/2019 e subsidiada
pela análise técnica da Superintendência de Projetos Prioritários - SUPPRI, que
é vinculada à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável - SEMAD. A condicionante 23 da licença ambiental possuía a seguinte
obrigação: “Apresentar Programa de Recuperação de Áreas Degradadas - PRAD para
o Trecho 1 a 4, com a devida Anotação de Responsabilidade Técnica - ART do
responsável, e cronograma executivo”.
A SUPPRI é
responsável pela análise dos processos de regularização ambiental vinculados à
recuperação das áreas atingidas na Bacia do Rio Doce apresentados pela Fundação
Renova. De acordo com o Superintendente da SUPPRI, Rodrigo Ribas, ainda é de
responsabilidade da pasta a análise dos processos de regularização do Sistema
de Disposição de Rejeitos da Fazenda Floresta, que se vincula à recuperação da
área do reservatório da UHE Risoleta Neves, nos municípios de Rio Doce e Santa
Cruz do Escalvado, que ainda está em andamento, e também dos trechos recuperados
ou em recuperação ao longo dos rios Gualaxo do Norte, Carmo e Rio Doce, entre o
dique S4, em Mariana, e o reservatório da UHE Risoleta Neves.
“Tais processos
trarão, do ponto de vista da recuperação, a consolidação das ações e obrigações
de recuperação, em consonância com as determinações do Termo de Transação e
Ajustamento de Conduta - TTAC, mas não restrito a tais obrigações, em um futuro
bem próximo”, diz o Superintendente.
Na avaliação do Analista
Ambiental da FEAM, Gilberto Fialho Moreira, que é o Coordenador da CT-GRSA, o
trabalho que foi desenvolvido pelo SISEMA até agora é muito importante para
definir os rumos do manejo dos rejeitos e a recuperação da área afetada no
Complexo Germano e adjacências, principalmente a jusante do Rio Doce. “Todas as
avaliações e requisições feitas buscam alcançar o melhor Plano de Manejo de
Rejeitos possível, e consequentemente, melhores ações para a recuperação
efetiva do meio ambiente. É um trabalho muito detalhado de análise de tudo que
foi proposto visando as melhores práticas existentes atualmente”, afirma
Moreira.
Fonte: FEAM