O Instituto Evandro Chagas - IEC confirmou que
houve vazamento de rejeitos da barragem de processamento de bauxita da empresa
Hydro Alunorte, que opera no município de Barcarena, na região metropolitana de
Belém. A confirmação ocorreu após o IEC receber a denúncia de contaminação no
último sábado, 17, pelo Ministério Público do Estado do Pará – MPE/PA e pelo
Ministério Público Federal - MPF.
Nesta quarta-feira, 21, a Hydro Alunorte afirmou
que seus depósitos de resíduos são seguros e, mesmo com as intensas chuvas na
região de Barcarena, garantiu que não teria acontecido nenhum tipo de vazamento
ou rompimento.
Em coletiva de imprensa realizada nesta
quinta-feira, 22, o IEC afirmou que houve, de fato, vazamento da estrutura, o
que foi constatado após checagem in loco dos danos ambientais causados.
“Ao contrário do que a empresa diz e afirma, houve,
sim, os transbordamentos. As bacias não estavam suportando a quantidade de
chuvas”, declarou o pesquisador em saúde pública do IEC Marcelo de Oliveira Lima,
que acompanhou pessoalmente o trabalho.
O IEC fotografou as áreas que revelam pontos de
transbordamentos das bacias da barragem. “Apesar de a empresa afirmar que tinha
capacidade de tratar esses efluentes todos, ela não tinha capacidade”, disse
Lima.
O IEC recomendou que seja disponibilizada
imediatamente água potável para todas as residências das comunidades
localizadas na região, porque a maioria da população faz uso de poços que
teriam sido inundados pelos transbordamentos.
O órgão também pediu um plano de emergência para
avaliação da qualidade das águas superficiais e de consumo humano nas áreas das
comunidades enquanto durar o período de intensas chuvas na região de Barcarena.
Por meio de nota, a empresa Hydro declarou que
diversas vistorias técnicas foram feitas na área pelas autoridades competentes
– Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade - SEMAS, Secretaria
Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico de Barcarena - SEMADE,
Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Abaetetuba - SEMEA, Defesa Civil,
Corpo de Bombeiros, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis - IBAMA, IEC e Centro de Perícias Científicas Renato Chaves
– e que estas teriam atestado que não houve rompimento dos depósitos.
“A empresa segue aberta a colaborar com as
autoridades e está à disposição para fornecer todas as informações solicitadas,
tanto aos órgãos de fiscalização competentes quanto à comunidade e veículos de
imprensa”, declarou.
Fonte:
O Estado de São Paulo.