Riscos associados à
mudança do clima e meio ambiente continuam liderando o ranking de preocupações
para a economia global, aponta a nova edição do Relatório sobre Riscos Globais
produzido pelo Fórum Econômico Mundial e publicado. O relatório incorpora os
resultados da Pesquisa Global de Percepção de Riscos, que ouviu aproximadamente
mil especialistas e tomadores de decisão. Para eles, os riscos ambientais
continuam dominando suas preocupações de médio e longo prazos: todos os riscos
ambientais que o relatório aponta estão novamente na categoria de alto impacto
e alta probabilidade – perda de biodiversidade; eventos climáticos extremos;
falha na mitigação e adaptação às mudanças climáticas; desastres provocados
pelo homem; e desastres naturais.
“O ano passado foi
marcado por incêndios históricos, inundações contínuas e aumento das emissões
de gases de efeito estufa. Não é surpresa que, em 2019, os riscos ambientais
dominem mais uma vez a lista das principais preocupações”, aponta Alison
Martin, diretora de risco do Zurich Insurance Group. “Para responder
efetivamente às mudanças climáticas, é necessário um aumento significativo da
infraestrutura para se adaptar a esse novo ambiente e passar para uma economia
de baixo carbono”.
Resiliência climática
De acordo com Martin,
até 2040, a lacuna de investimento em infraestrutura global está estimada em
US$ 18 trilhões contra uma necessidade projetada de US$ 97 trilhões. “Nesse
contexto, recomendamos fortemente que as empresas desenvolvam uma estratégia de
adaptação e resiliência climática e que trabalhem nisso o quanto antes”.
Os riscos ambientais
também apresentam problemas para a infraestrutura urbana e seu desenvolvimento.
Com a elevação do nível do mar, muitas cidades precisam encarar soluções
extremamente caras para problemas que vão desde a extração limpa de água
subterrânea até barreiras contra super tempestades. A escassez de investimento
em infraestruturas críticas, como transporte, pode levar a falhas em todo o
sistema, bem como exacerbar os riscos sociais, ambientais e os relacionados à
saúde humana.
“O subfinanciamento persistente de infraestrutura crítica em todo o
mundo está dificultando o progresso econômico, deixando empresas e comunidades
mais vulneráveis tanto a ataques cibernéticos quanto a catástrofes naturais,
incapazes de aproveitar ao máximo a inovação tecnológica”, argumenta John
Drzik, presidente de risco global e digital da Marsh. “A alocação de recursos
para o investimento em infraestrutura, em parte por meio de novos incentivos
para parcerias público-privadas, é vital para a construção e o fortalecimento
de fundações físicas e redes digitais que permitirão às sociedades crescer e
prosperar”.
Fonte:
JusBrasil.