Ministério
do Meio Ambiente anunciou na tarde de hoje (22/5) um acordo de cooperação com
instituições nacionais e internacionais para a proteção da fauna e da flora
brasileira. A Estratégia Nacional para Conservação de Espécies Ameaçadas de
Extinção - Projeto GEF Pró-Espécies, terá a duração de quatro anos e tem por
objetivo a redução das ameaças e o fortalecimento da conservação das espécies.
Com
o recurso de 13 milhões de dólares provenientes do Fundo Mundial para o Meio
Ambiente, visa auxiliar na atuação ambiental de pelo menos 12 estados como
Maranhão, Bahia, Pará, Amazonas, Tocantins, Goiás, Santa Catarina, Paraná, Rio
Grande do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. A
agência executora do GEF Pró-espécies é o WWF Brasil.
Para
o Ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, a data conta com motivos para
celebração. Ele explica a importância da assinatura do acordo. “Mostra que
somos um país com crédito para atrair recursos e investimentos para esse
movimento de preservação de espécies. A entrada desses novos recursos é o
atestado de que o que fizemos no país vem sendo aprovado. Isso é estimulador
para novas parcerias e garante que avançemos nos próximos anos aumentando unidades
de conservação e garantindo o patrimônio natural que é o grande ativo que o
Brasil tem como diferencial competitivo mundial”, observou.
Sobre
as Metas de Aichi, ele avaliou que o país conta com condições para alcançar até
2020 todas as 20 metas mundiais propostas no acordo.
“Ainda
há muito o que avançar, mas estamos num processo muito acelerado, os
instrumentos e cruzamentos de bases de dados, fiscalização e criação de novas
unidades de conservação faz com que o país se apresente hoje como o melhor e
maior avanço no controle de espécies para evitar sua extinção, ajudar na
recuperação das ameaçadas e proteção das que precisam. É uma data especialmente
voltada para o Brasil. O mundo inteiro tem o olhar voltado para o nosso
patrimônio”, ressalta o Ministro.
O
anúncio do acordo ocorreu no mesmo dia em que é comemorado o Dia Internacional
da Biodiversidade. Também em 2018, o tratado mundial da Convenção sobre
Diversidade Biológica - CDB, assinado por 156 países, completa 25 anos.
Segundo
o pesquisador Bráulio Dias, que esteve à frente da Convenção entre 2012 e 2017,
o Brasil apresentou progressos ao longo dos 25 anos de implementação do
tratado. De acordo com ele, desde 2016, o país tem 92 milhões de hectares em
áreas de unidade de conservação e também houve avanço nas áreas de conservação
marinha, de 1,5% para 26,5%. No entanto, Dias reclama da falta de verbas
públicas para o meio ambiente.
“Tivemos
várias instituições ambientais criadas, avançamos em pesquisas, em base de
dados e sistemas de informação. Temos conseguido avançar, mas grande parte se
deve ao financiamento internacional, pois não temos financiamento público
suficiente. Cerca de 70% das despesas do meio ambiente está comprometido com a
agenda de biodiversidade, na medida do que dispomos”.
Megadiversidade
O
Brasil possui a maior megadiversidade do mundo, com mais de 163 mil espécies
conhecidas. Dessa, 3286 são consideradas ameaçadas e 290, que estão em situação
mais crítica terão prioridade no plano de ação. Para Maurício Voivodic,
diretor-executivo da WWF-Brasil, o GEF Pró-Espécies auxiliará no alcance das
metas internacionais de conservação.
“É
um grande esforço coordenado de várias organizações. Com essa colaboração
conseguiremos proteger as espécies e diminuir sua extinção. Em relação a outros
países, o Brasil foi quem mais avançou. Mas continuamos com a perda da
biodiversidade muito acentuada e se continuar assim, nos próximos dez anos
teremos problemas sérios. É um misto de comemoração, com preocupação”, observa.
No
entanto, Voivodic não acredita que o país conseguirá ao final de dois anos,
bater as metas.
“Não
vai. Por exemplo, a meta nº 1, que fala sobre a sociedade reconhecer o valor de
proteção da biodiversidade. Na minha opinião, é a meta que está mais distante
porque falta muito para a biodiversidade ser algo importante para todos os
brasileiros”.
Também
estiveram presentes no lançamento do projeto o diretor do Departamento para
Sustentabilidade Ambiental do Ministério das Relações Exteriores, Reinaldo José
de Almeida Salgado; a secretária-geral do Fundo Brasileiro para a
Biodiversidade - Funbio, Rosa Lemos; o
representante no Brasil do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Hugo Flórez
Timoran e a atriz e Embaixadora da Paz do Distrito Federal, Maria Paula
Fidalgo, mestre de cerimônia do evento.
Fonte: Correio Braziliense.