Garantir a subsistência dos agricultores que usam
águas superficiais ou subterrâneas tanto no rio Paraíba quanto nas proximidades
do açude Epitácio Pessoa (Boqueirão) durante a pré-operação do Projeto de
Integração do São Francisco - PISF. Este é um dos objetivos da Resolução
Conjunta nº 87/2018, documento da Agência Nacional de Águas - ANA e da Agência
Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba - AESA, publicado no Diário
Oficial da União de 9 de novembro.
As regras da Resolução Conjunta ANA/AESA abrangem todo
o Sistema Rio Paraíba-Boqueirão, que inclui as águas superficiais e
subterrâneas do rio Paraíba; do deságue do Eixo Leste do PISF, em Monteiro/PB,
até o reservatório Epitácio Pessoa, em Boqueirão/PB durante a fase de
pré-operação da transposição do São Francisco. Quando o empreendimento entrar
em operação, será editada uma resolução específica.
De acordo com a Resolução, o uso da água do Sistema
ficará restrito para consumo humano, matar a sede de animais e atividades de
subsistência – captações para outros usos estão suspensas, inclusive nos
reservatórios São José II, Poções e Camalaú. Conforme as regras definidas pelas
agências reguladoras, a água da região somente poderá ser usada em sistemas de
irrigação localizada (microaspersão e gotejamento) e a área de cultivo no açude
Boqueirão e ao longo do rio Paraíba ficará limitada a 250 hectares para cada uma
destes trechos.
Para as finalidades permitidas, cada usuário de água
poderá captar um volume máximo diário de 25.920 litros ou uma vazão necessária
ao cultivo de até 0,5 hectare ou 5.000 metros quadrados. Outra limitação diz
respeito ao tempo de captação, que poderá ser de até 8,5 horas por dia e de
preferência no horário de tarifa verde de energia elétrica, aplicada quando o
consumo de energia elétrica é menor. Também estão proibidas culturas de ciclo
longo, exceto para produção de mudas e pastagem. A Resolução Conjunta só
autoriza as culturas temporárias.
Todos estes usos só serão permitidos com autorização
prévia da ANA, em águas da União, como o açude Boqueirão. Para utilizar as
águas do rio Paraíba entre o portal do PISF e o limite da bacia hidráulica do
açude Boqueirão, que fica no Sítio Jacaré, em Cabeceiras e Barra de São Miguel/PB, os usuários terão que solicitar autorização prévia junto à AESA. Além
disso, as outorgas de direito de uso de recursos hídricos vigentes na região e
que não se enquadrem à Resolução serão temporariamente alteradas. Pedidos de
outorga que estejam em desacordo com as novas regras serão indeferidos.
Para que o açude Boqueirão possa liberar água para o
rio Paraíba com finalidades de consumo humano ou dessedentação animal, será
necessária uma avaliação dos volumes armazenados no reservatório pela ANA e
pela AESA.
Com as novas condições de uso, a Companhia de Água e
Esgotos da Paraíba - CAGEPA fica autorizada a captar a vazão média mensal de
1.300 litros por segundo no Boqueirão para abastecer os Sistemas Cariri e
Campina Grande, sendo esta a maior cidade da região com 407.472 habitantes
segundo estimativa de 2018 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -
IBGE.
Fonte: ANA.