Técnicas do Instituto Mineiro de Gestão das
Águas - IGAM participam, desde setembro, de oficinas mensais promovidas pela
Agência Nacional de Águas - ANA e pela Fundação Cearense de Meteorologia e
Recursos Hídricos - FUNCEME, voltadas à formação de novos autores para o Mapa
Monitor de Secas. Ao final do treinamento, Minas terá condições de se tornar um
dos cinco estados do país, junto de Bahia, Ceará, Pernambuco e Espírito Santo,
responsáveis pelo mapeamento regular e periódico da situação de seca em toda
região Nordeste e parte do Sudeste brasileiro.
Durante o treinamento, que conta com a participação
das analistas Paula Souza e Luiza Ribas da Gerência de Monitoramento
Hidrometeorológico e Eventos Críticos do IGAM, são abordados diversos temas
como: monitoramento e indicadores de seca de curto e longo prazos, principais
sistemas climáticos e meteorológicos do Brasil, bem como sua representação nos
indicadores e produtos de apoio do Monitor de Secas, ocorrência de chuvas,
evolução continuada de secas, representação e início de estiagem, dentre outros
assuntos.
Dividida em quatro etapas, a Oficina de
Autoria do Mapa do Monitor de Secas já foi realizada em Brasília e Fortaleza,
nos meses de setembro e outubro, respectivamente. A próxima edição será
realizada entre os dias 08/11 e 11/11 em Vitória, no Espírito Santo, ficando
Belo Horizonte com o fechamento do curso, nos dias 09/12 e 10/12.
A analista de hidrologia do IGAM, Luíza
Ribas, participante do treinamento, destaca o protagonismo de Minas Gerais ao
assumir a autoria do projeto, sendo também o primeiro estado fora do Nordeste a
participar do programa.
“No futuro, pretendemos expandir o
monitoramento a outras regiões brasileiras, o que representa um grande desafio
devido a diversidade climática do país. Neste contexto, Minas contribui
significativamente para converter o Monitor em um mecanismo de integração da
informação de nível federal, estadual e municipal nas áreas de meteorologia,
recursos hídricos e agricultura”, ressalta Luíza.
Monitor de Secas
O Monitor de Secas acompanha mensalmente como
a seca está progredindo em todos os estados do Nordeste, além de Minas Gerais e
Espírito Santo. Os resultados consolidados deste monitoramento são divulgados
por meio de um mapa: o Mapa Monitor de Secas. Este mapa apresenta uma
“fotografia” atual da situação de seca nas regiões analisadas.
O Monitor de Secas tem como objetivo integrar
o conhecimento técnico e científico já existente em diferentes instituições
estaduais e federais para alcançar um entendimento comum sobre as condições de
seca, como: sua severidade, a evolução espacial e no tempo, e seus impactos
sobre os diferentes setores envolvidos. O projeto facilita a tradução das
informações em ferramentas e produtos utilizáveis por instituições tomadoras de
decisão e indivíduos, de modo a fortalecer os mecanismos de Monitoramento,
Previsão e Alerta Precoce.
Em operação desde 2014, o Monitor de Secas
iniciou suas atividades pelo Nordeste, região historicamente mais afetada por
eventos deste tipo. No final de 2018, com a metodologia já consolidada e
entendendo que todas as regiões do país são afetadas em maior ou menor grau por
fenômenos dessa natureza, foi iniciada a expansão da ferramenta para a inclusão
de outros estados. Em novembro de 2018, Minas Gerais foi incorporado ao
processo. A partir de abril deste ano o Espírito Santo passou a participar do
projeto.
O Monitor de Secas foi inspirado no modelo de
acompanhamento de secas dos Estados Unidos e do México. O cronograma de
atividades inclui as fases de coleta de dados, cálculo dos indicadores de seca,
traçado dos rascunhos do mapa pela equipe de autoria, validação dos estados
envolvidos e divulgação do mapa final. A metodologia utilizada no processo
implica na indicação das áreas em condição de seca relativa, ou seja, as
categorias de seca em uma determinada região são estabelecidas em relação ao seu
próprio histórico.
Fonte: IGAM